Tempo da linha que costura,
tempo da linha de pensamento que se segura,
tempo da linha da pintura...



sábado, 17 de dezembro de 2011


O trabalho em equipe requer muitas habilidades dos envolvidos. Uma delas, e para mim a principal, é a capacidade de reconhecer a importância de cada um no grupo. Compreender isso é entender que o quê cada um sente, fala e faz é importante, e importante para o grupo. É compreender que o outro pode ser e é diferente. É lidar com a diferença. É se colocar na disponibilidade de construir com o outro mesmo que isto possa, as vezes, ser contrário a ele mesmo. É preciso confiar na alteridade seja isso significando o tempo que ele precisa ter para possuir outras compreensões, seja a informação de que existem outras maneiras de se compreender ou seja a oportunidade de rever os próprios entendimentos. È preciso ceder.   
Quando alguém no grupo não compreende isso o trabalho de equipe vai minando... um vai fazendo o que e como acha que deve ser feito independente do trabalho do outro ou da maioria, cada um vai fazendo a sua parte, como pensa, como acredita e deve ser, continua fazendo seu trabalho independente do que mina...  Vai se acreditando que o outro é daquele jeito, e que se ele é assim, então.... para quê? Vai se perdendo a capacidade em ouvir, vai se desacreditando que o outro possa ouvir, vai se perdendo a esperança que o outro possa mudar... vai se desimplicando... vai se desestimulando... vai tendo pesar....  
E como ser diferente? É se desobrigar do outro? É provocar o outro para a implicação? É abrir espaço para se fazer crítica? É abrir espaço para se ser criticado? E como ficam as zonas de conforto? A busca pela não destituição da imagem? A resistência em ser negado? A necessidade em ser amado e reconhecido positivamente?
Estamos aqui, nesta sociedade, neste planeta, neste momento histórico, com nossas histórias domésticas, com nossos funcionamentos pessoais e nada disso é fácil. Mas a questão é que estamos nos propondo a uma clínica que é política, social, terapêutica e de saúde para pessoas que enviesam o sistema social convocando que sejam entendidas de outras maneiras que não a habitual. Será que estamos dispostos? Pois para compreendê-los precisamos antes enviesar nossos modos de existência e nossas formas de entender o outro e para isso é preciso ceder, destituir-se, colocar-se ao avesso, abrir-se para o entendimento de que múltiplos funcionamentos existem... é preciso a mínima ausência de contradição no cotidiano representado pelo que se  pensa, o que se sente e o que se faz. Isto envolve o atendimento às pessoas que pretendemos acolher, se não não será acolhimento o que fazemos, e envolve o trabalho que nos propomos realizar enquanto servidores públicos de saúde mental, se não não será clínica ampliada o que faremos.
Fazer clínica ampliada não requer necessariamente a habilidade em fazer tudo como todos de uma instituição
É articular e incluir diferentes enfoques e disciplinas, é reconhecer que em clínica singular um enfoque deve ser dado em contraposição de outros sem que isso seja negação deles e de outras possibilidades de ação, nem desvalorização de qualquer abordagem disciplinar, mas a busca por integração de abordagens que possibilite um manejo eficaz da complexidade do trabalho. Como fazer isso com o outro sem que seja feito consigo e a partir de si? Como trabalhar na interdisciplinariedade sem comunicação interna, sem diálogos possuidores do entendimento de alteridade? Interdisciplinariedade, clínica ampliada, trabalho coletivo são sinônimos e têm na medula espinhal a cooperação. E o que é tudo isso? O que isso tudo significa? Requer uma disposição para colaborar com que importa para o grupo e não com o que importa para si. É estar para um objetivo coletivo. O que em algumas vezes é preciso silenciar a ação daquilo que mais acredita que seja importante e respeitar o que  é ser para um consenso grupal mesmo que não participe dele, ou que seja momentâneo. E isto aciona um estar que para muitos é violentador. Mas violentador porque? O que mais fere? O que fica ferido? O que mais vale? O que nos guia? O que nos move?

O que faz um ambiente humano ser também um ambiente coletivo? 

segunda-feira, 17 de outubro de 2011


Com tanto encontro, acredito que o ponto já foi dado…que venham os alinhavos…quem tem linha e agulha que se aprochegue!!
Temos os pontos de entremeio, pontos de contorno, ponto partido, ponto de nó, ponto cheio, ponto chato, ponto renascença, ponto de elos… 
...um ponto puxa o outro, na mesma linha e só assim o bordado acontece…
Que as possibilidades e as criações se expressem…que se recriem e se refaçam…
Boa sorte para todos.

Em comunicação com o post sobre o PONTO DE ENCONTRO:
"Esta proposta não pretendia – e não pretende – criar um centro onde os usuários de drogas permaneçam internados, mas oferecer-lhes “um lugar para onde ir” e sejam recebidos sem preconceitos; acolhê-los sem medos ou falsas caridades ou proposta de salvação. Fazer do encontro um momento privilegiado na construção de uma ponte entre o nada (ou a absoluta miséria, degradação e sofrimento) e alguma coisa." Antonio Nery.


http://conversandocomnery.wordpress.com/2011/10/17/sobre-o-ponto-de-encontro/#comment-178



quinta-feira, 8 de setembro de 2011

segunda-feira, 18 de abril de 2011


Os artifícios e as artimanhas da mídia por exclusão ultrapassam entendimentos, extrapolam períodos históricos, violentam subjetividades...

Reduzir o outro através da sua simplificação preconceituosa é da dimensão da resistência em aceitá-lo ou compreendê-lo, é da intenção de limitar sua expressão e existência.
...





NEO LIBERALISMO

Globalização


Ação Global


A globalização tem exercícios na economia e faz um povo e cada um se economizar.


A liberdade, a autonomia, o poder popular cerceados. A desvalorização do povo, da criatividade, da existência...


Empobrecimentos.


Anestesias.


A permissão, a provocação da morte


Os pequenos e grandes suicídios e homicídios diários.


Os silêncios.


As omissões.


O movimento do mundo provocado pelo exercício do controle do mundo das finanças e da produção.


“Você vale o que tem no bolso”


Aqui tudo se copia. A valorização da virtude do papagaio.

Os mundos do descartável. A “descartavelização” de tudo. Princípio adquirido.


A política de economia proposta pelos economistas, imposta pela mídia, aceita por nós.

“Não é possível fazer nada porque nada será possível”

Pessimismo abatedor.

Sonia Sampaio quer saber qual a nossa implicação.

Quer trabalhar com a política do cotidiano, favorecer influências positivas na postura na vida?


Milton Santos convoca o encontro das riquezas das vidas. Perdidas. Apagadas. Suprimidas.


Precisamos convocar a riqueza das vidas.


Precisamos convocar a originalidade, a capacidade de inventar, arriscar, improvisar, criar.


Essa convocação é primeiro e antes de tudo – para que seja possível – a de dentro de nós, a feita para nós mesmos.


Neoliberalismo.


segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Modernidade...


Eu
Você
Ele
Ela
Nós
Eles


Pessoas
Singulares?
Plurais?

Misturarmos tanto o quanto não aparecermos...
Sermos um no meio de muitos...
Sermos muitos e não nos vermos em um...



Vivermos amontuados

Alhos e bugalhos

Ensacados...

Formatados...

Qual a película que reveste os grãos que produz seu ser?
Qual contorno, cor, tamanho...
Que vc quer ter?